NA SAÍDA
Márcia era recepcionista de uma clínica de psicoterapia. Um dos pequenos prazeres de sua vida era olhar a expressão das pessoas depois de saírem da consulta. Havia essa garota, em específico, que esquecia-se que havia chorado durante boa parte da terapia e quando saia sempre se despedia das pessoas com um sorriso no rosto, porém com os olhos inchados e vermelhos. Márcia se sentia importante ao imaginar que era uma das poucas pessoas que presenciavam aquele raro momento em que o que a menina sentia e o que ela queria aparentar sentir coexistiam estampados em seu rosto, sem que ela nem percebesse. Costumava imaginar, e supor, que a menina sentia tanto que mal conseguia fazer tudo caber ali dentro sem derramar a
tris
te
za
tris
te
za
na
saída.
Muito bom, parabéns.
ResponderExcluirTenho um certo hábito de olhar a expressão das pessoas, só que faço isso no trajeto de ida e volta para casa.
Qualquer dia alguém vai me estranhar rsrsrsr
Salve os pequenos prazeres, principalmente àqueles que escondemos por supor ridículos.
ResponderExcluirGostei da forma no final, quando se "derramou".
Um abraço
Você escreve com uma leveza que transparece tristeza, uma tristeza que seduz, mas que logo se transforma em beleza, e é essa beleza que me conduz aos seus textos.
ResponderExcluirAdoraria uma visita sua ao meu blog, seria um honra
http://leigopoeta.blogspot.com.br/
Abraço Tiane