27 de janeiro de 2015

87.

Acaba no fim do poema


Hoje te deixo ir, amigo
Hoje, quando digo
Sem medo
Que te amo muito,
Te deixo ir
Já não dói

Você é mais bonito quando voa de mim
E eu sou mais bonita quando voo pra mim
Sorria, amigo
E toma um abraço de memória
Tão grande quanto tudo que foi
E que não foi
(porque o que não foi também existiu
em ausência e concretude)

É quando te deixo habitar tranquilo
Que você evapora
E eu vejo mais claro o caminho que é só meu
E que é sem você
E que tudo bem

Você conta?
Conto eu, então:
Quatro
Três
Dois
Um