31 de julho de 2011

29.


Você não precisa ser tão colorida se não quiser, vida. Se prefere ser preta e branca, pelo menos seja poética. Não quero dias toscos e bobos, com palavras, vacilos e atitudes patéticas. Quero o que desse modo vazio e inerte é também doce, quero a aparência de um filme de drama, que sendo triste é belo. Pois se ainda não é hora (quem sabe um dia) de ter os meus sonhos realizados, apenas faça dessa espera algo aconchegante, mesmo sendo frio. Não me deixe sorrir demais, vida, quando eu estiver prestes a fazê-lo me mande algumas notícias ruins antes que eu ria como uma boba de coisas patéticas. Quero a ausência dessas pessoas estúpidas e ignorantes, prefiro a solidão do que a presença delas. Isso!, quero solidão, um livro e músicas, só preciso disso, o resto deixa comigo, eu faço da vida uma canção triste, algum prelúdio de Chopin com a presença irrefutável do piano, uma pintura da natureza seca, triste e sozinha, mas nem por isso disforme. Quero a beleza do silêncio, do canto dos pássaros e do balançar das folhas, pois não me importa se os dias são tristes, felizes, ou simplesmente vazios como de costume , quero que sejam belos, pois são momentos assim que nunca saem da lembrança, e se por acaso a felicidade não chegar eu terei a beleza para guardar na memória.

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