9 de janeiro de 2012

45.

Contos de fadas camuflados em supostos sábios conselhos.

Com um impulso se jogou sobre a cama, braços cruzados atrás da cabeça, olhos no teto. Ela costumava ouvir que para tudo havia a hora certa de acontecer, então fechou os olhos e se deixou acreditar.
Não, não culpou ninguém, ela queria crer... Para poder respirar sem todo aquele medo do que estaria pela frente.
E usou por muito tempo aquela linda e brilhante desculpa de que se o que ela desejava não havia acontececido era porque a hora ainda não havia chegado, mas chegaria, sempre chega, não é mesmo? ela pensava alto.
Até que em um belo dia acordou e percebeu que nada viria e que, por mais otimista que tentasse ser, era dolorosamente tarde demais para buscar.

3 comentários:

  1. Eu me encontrei e me reencontrei em cada entrelinha do seu texto. "o dia" sempre chegaria, embora nunca houvesse chegado. E então... a percepção dolorosa. Não haveria mais "o dia". Era tarde demais, e a partir dali, só você mesma poderá fazer "o dia chegar". Ele chegará pela sua luta, e não porque simplesmente havia de chegar.
    Você escreve bem demais! Pretendo voltar aqui mais vezes. :3

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  2. "Até que em um belo dia acordou e percebeu que nada viria e que, por mais otimista que tentasse ser, era dolorosamente tarde demais para buscar."
    Esse final é tão marcante e familiar para mim.
    Tuas palavras são belas... Assim como teu blog.
    Um beijo doce.

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  3. Obrigada, que bom que vocês gostaram, eu estava meio em dúvida quanto a qualidade do texto. Obrigada também por terem comentado, fico muito animada quando as pessoas participam. Voltem sempre!

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