1 de fevereiro de 2012

49.

Dentro do quarto. Dentro de mim.

No começo uma luz fraca e titubeante, depois de um tempo não havia mais nada, se apagou.
Não podia mais, no silêncio da casa, desligar as luzes do quarto e ligando sua lanterna passar momentos tristonhos e aconchegantes dizendo frases sobre o que sentia, sobre o que temia, sobre o que tinha e não tinha. Mas agora não podia mais contar com a pequena luz - no fim do túnel? - que não fazia da escuridão inteira.
Outra noite se virou enquanto tentava dormir e notou que ela estava ligada, sem um notório porquê, lá estava a luz. Levantou e apagou, voltou a dormir.
Hoje a casa está quieta, as janelas fechadas e não há luz, a escuridão é inteira aqui dentro do quarto, e me pergunto então como as coisas estão aqui dentro de mim.

2 comentários:

  1. Gostei muito desse seu texto Tiane.
    Quando o li me lembrou muito outro texto seu, Luzes Apagadas, já que menciona a mesma situação descrita nele, porém eles transmitem a mim sensações completamente diferentes, estados de espírito diferentes.
    Está muito legal mesmo, parabéns.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso! Sabia que quem já tinha lido o texto "Luzes Apagadas" se lembraria dele nesse outro. Eles tem em comum essa mesma lanterna(que não é bem uma lanterna, mas eu chamo assim), essa mesma luz. E o engraçado é que todos os textos em que a menciono são de "cenas" que realmente aconteceram comigo. Só que como você mesmo disse o "Luzes Apagadas" é a discrição de um momento bonito, já esse é de um momento mais triste, representado pela falta de energia na lanterna e pela possível falta de energia (essa com um significado diferente) em mim.

      Excluir