Ela corria feliz pela grama, podia ver os morros que aparentavam estar pertos, mas estavam longe. Seus cabelos balançavam no mesmo ritmo da sua felicidade. Corria para o seu destino, sim, corria como nunca, e talvez o que estava a sua espera nem fosse tão bom, mas a felicidade estava em correr, correr sem olhar pra trás, porque de tanto andar desanimada e sozinha por caminhos tristes, ela finalmente encontrara o verde, o belo, o simples que ela tanto queria, e corria sem pensar — odiava pensar demais, nunca tivera bons resultados — corria de olhos fechados e seu sorriso quase que não cabia no rosto. Não pensava em desapontamentos, nem em decepções, sentia o vento gélido tocar-lhe a face. No fundo, o único medo era de que o tempo acabasse com a beleza de um sonho realizado.
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