7 de junho de 2011

16.

Luzes apagadas.

Não havia ninguém em casa, então ela resolveu começar um daqueles seus momentos que julgava serem belos. Diante do silêncio da casa inerte desligava todas as luzes, colocava a sua atual música preferida e ligava a lanterna, não sei porquê, mas adorava fazer isso, ficava iluminando pequenas partes do quarto, olhando cada detalhe. Se jogava na cama e iluminava o papel colado no teto que dizia: Tudo vai passar. Tudo vai ficar bem. Ela havia escrito no intuito de se animar nas horas difíceis. Mas acho que o que ela gostava mesmo nisso tudo era apagar todo o resto e se concentrar em uma só coisa, olhar os detalhes, não ter que pensar demais com tantas informações, só queria que tudo fosse mesmo que por um breve momento simples e não tão cheio. Depois levantava, aproveitava o refrão, ia cantando e girando pelo quarto com sua luz na mão, iluminando rápido as coisas na parede, os retratos tirados na infância, os ursos, as coisas jogadas pela cama, a cor da parede já antiga, e por fim tinha visto todo o seu quarto, que abrigara tanto de si. E então parava, desligava a lanterna, ligava as luzes, abaixava o som e se ligava pro mundo outra vez, embora preferisse as luzes apagadas.

3 comentários:

  1. Oi querida! O nome do seu blog chama bastante atenção e me despertou curiosidade! rs

    Estou te seguindo.. se quiser me segue: http://www.vogue-vanity.blogspot.com/

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  2. as vezes acho que estou mais desligada do que ligada a esse mundo. Gosto de quando estou comigo. Quando ninguém pode atrapalhar a amizade que a entre mim e mim. rsrs

    http://amigasentresegredos.blogspot.com/2011/06/mesmo-que-mude.html

    bjinhos ;*

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